quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pais do Calvin

Os pais do Calvin, durante todos os 10 anos de publicação das tirinhas nunca tiveram seus nomes mencionados, sequer sobrenome, ficando conhecidos apenas por pai e mãe. De acordo com o próprio Bill Watterson eles nunca receberam nomes porque sua função importante nos quadrinhos era apenas serem pais, papéis que por sinal, para o Calvin eles não cumprem muito bem.
Na visão do garoto os pais são monstros que querem por que querem fazer da sua vida um inferno. Ir pra cama mais cedo, comer a gororoba que tem pro almoço, tomar banho, não brincar dentro de casa, tudo isso não passa de um plano sinistro dos pais para tornar a vida no nosso amigo de imaginação fértil mais difícil. Mas na verdade eles são apenas pais que se preocupam com o filho hiperativo que tem e que tentam protegê-lo dos perigos como quaisquer outros pais.

O pai, que é ao mesmo tempo um auto-retrato do próprio autor e uma sátira ao seu pai, está sempre tentando enriquecer o caráter do filho. Tentando sempre moldar o caráter do filho, ele só faz irritar o menino que, como toda criança, odeia ser contrariada, principalmente quando a recriminação vem com uma lição de moral.
Já a mãe desempenha o papel da disciplinadora, não num sentido agressivo repreendendo tudo, mas no sentido de mostrar ao filho o que pode e o que ele não pode fazer. Essa tarefa não é fácil quando se tem um filho como o Calvin. A pobre coitada é levada a exaustão tentando pôr algum juízo na mente dele.
Apesar do fato de que, caso surgisse uma oportunidade, Calvin trocaria de pais sem pensar duas vezes, isso tudo é da boca pra fora. É só uma maneira de mostrar seu descontentamento com o fato deles tentarem lhe “civilizar”, nada que nenhuma outra criança não faça. Na verdade Calvin tem um amor profundo por eles, como por exemplo quando a mãe fica doente e ele não sai do seu lado por um segundo e fica realmente preocupado, ou como quando ele resolve romper relações com a família pra ir pra Yukon e volta porque percebe que “ruim com eles, pior sem eles”.

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